Investigadores do Reino Unido acreditam que os impostos alimentares que beneficiam os alimentos mais saudáveis, como frutas e legumes, e que penalizam os ricos em gorduras e as bebidas açucaradas são um meio eficaz de melhorar a saúde da população mundial.
O estudo agora publicado no “British Medical Journal” revela que tem de ocorrer uma subida, de pelo menos, 20% nos impostos dos alimentos pouco saudáveis para que se consiga obter um efeito significativo na diminuição da prevalência das doenças associadas ao tipo de dieta adotada, nomeadamente da obesidade e doenças cardiovasculares.
Com base no aumento da introdução de impostos nos alimentos considerados prejudiciais por parte de vários países, os investigadores da University of Oxford, no Reino Unido, decidiram analisar quais os efeitos da introdução destes impostos na saúde.
O estudo apurou que taxar uma vasta de gama de alimentos com nutrientes considerados pouco saudáveis pode conduzir a grandes benefícios para a saúde, especialmente no que se refere às bebidas açucaradas.
Os investigadores constataram que, se a estas bebidas fosse aplicado um imposto de 20%, nos EUA, haveria uma redução de cerca de 3,5% nos níveis de obesidade. De igual modo, se o mesmo imposto fosse aplicado aos alimentos pouco saudáveis no Reino Unido, conseguir-se-ia evitar 2.700 mortes devido a doenças cardíacas, por ano.
Contudo, os investigadores revelaram que o conhecimento do efeito global na saúde é complicado, e que os políticos devem ter cuidado com os efeitos negativos. A indústria alimentar também alega que estes impostos seriam ineficazes, injustos e danosos para a indústria.
Por outro lado, outros defendem que os impostos poderiam ser utilizados para aumentar os fundos do tratamento de doenças associadas com o tipo de dieta adotada, subsidiar alimentos saudáveis ou ainda para estimular a reformulação da indústria alimentar como a remoção de sal, açúcar ou gorduras saturadas dos alimentos.
Fonte: www.alert.pt
Um terço das crianças portuguesas entre os seis e os nove anos tem excesso de peso, mas a tendência é para esta margem baixar, revela um estudo que vai ser hoje apresentado em Lisboa. Dados recolhidos em 2008 indicavam que 32,2 por cento das crianças daquela faixa etária eram obesas ou tendiam a sê-lo, enquanto em 2010 – quando foi feito o inquérito que vai agora ser divulgado –, essa percentagem baixou dois pontos percentuais, para 30,2 por cento. O excesso de peso contabiliza os obesos e os pré-obesos. O relatório da segunda fase do “Childhood Obesity Surveillance Iniative”
(COSI Portugal), promovido pela Organização Mundial da Saúde/Europa, que será apresentado no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), precisa que a taxa de obesidade baixou de 14,6 por cento para 14,3 por cento. Ao contrário, a percentagem de crianças com baixo peso aumentou de 2,1 por cento para 2,6 por cento. O estudo foi feito a partir da avaliação e de inquéritos realizados a 4.064 crianças de 176 escolas do 1.º ciclo do ensino básico. Apesar da ligeira diminuição do excesso de peso e da obesidade, e do aumento do baixo peso, mantém-se a “necessidade de vigiar o estado nutricional infantil crucial para a tomada de decisão em Saúde Pública”, considera a coordenadora do estudo, a investigadora do INSA Ana Rito.
As estimativas apontam para a existência de 45 milhões de crianças, entre os seis e os oito anos, com excesso de peso em todo o mundo, número a que todos os anos se somam mais 400 mil. Portugal é, atualmente, o país coordenador da rede europeia que avalia de dois em dois anos o estado nutricional das crianças daquela faixa etária e de que fazem parte a Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Noruega, Eslovénia, Suécia Grécia, Hungria, Macedónia e Espanha. O relatório da situação em Portugal será apresentado numa sessão em que vão estar presentes o presidente do Conselho Diretivo do INSA, José Pereira Miguel, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a investigadora Ana Rito e o coordenador da Plataforma de Luta Contra a Obesidade, Pedro Graça.
Fonte: Diario Digital
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