Esta é uma questão que muita gente quer ver respondida e que não tem uma resposta fácil.
Um livro que já li há uns anos e que aborda esta temática é este que vos mostra a imagem…
É um livro das Edições Gradiva, escrito por Eric P. Widmaier, e que trata a questão da perda de peso, do stress, do apetite, entre outras, através da explicação da sua fisiologia e das estratégias evolutivas que o ser humano teve de enfrentar para sobreviver, que nos levou às chamadas “doenças da civilização”.
Deixo aqui transcrito um excerto deste livro, que tenta explicar a nossa dificuldade em perder peso:
“Claramente, o controlo da alimentação e do metabolismo tem uma importância de tal forma profunda e fundamental que o corpo humano desenvolveu um mecanismo fantasticamente complexo para a sua regulação. (…) Uma teoria largamente aceite é que cada indivíduo possui um limite intrínseco em torno do qual o organismo prefere operar. Uma pessoa com excesso de peso pode estar à mercê deste limite. O cérebro deste indivíduo, através da acção combinada de NPY, leptina e outros peptídeos, determina aparentemente que a obesidade destes indivíduos é o peso normal desejado. Este mecanismo é, de certa forma, análogo à febre. Durante uma febre, produtos bacterianos enganam o cérebro levando-o a pensar que o ponto de aferição da temperatura corporal normal é superior a 37ºC. Não se conhece ao certo a razão para tal facto, dado que temperaturas mais elevadas constituem um ambiente menos hospitaleiro para as bactérias. No entanto, o cérebro, pensando que o corpo devia, na realidade, estar a 38 graus, compara o novo ponto de aferição (38) com a temperatura actual (37) e decide que o corpo está demasiado frio. Iniciam-se assim actividades com o fim de nos aquecer, como os arrepios (e por esta razão sentimos arrepios no princípio de uma febre). O cérebro está a tentar dar resposta ao seu novo valor do termóstato.
Consequentemente, se um indivíduo tem a infelicidade de nascer com um cérebro programado com um ponto de aferição elevado para o peso corporal, terá dificuldade em ultrapassar essa programação. Ao perder peso, o cérebro irá comparar o peso actual com o peso de aferição pré-programado e concluir incorrectamente que o indivíduo está a emagrecer perigosamente. Isto provocará a desaceleração do metabolismo e o aumento do apetite e tem inicio o familiar ciclo de altos e baixos do controlo do peso (…).
Depois de tanto tempo afastada deste blog e de algumas actividades enquanto Nutricionista (ser mãe tem destas coisas!), volto agora prontinha para reiniciar as lides nutricionais!
Durante este tempo de ausência, não me afastei completamente da vida profissional, pelo que continuo a ter novidades para “postar”.
Estive há pouco tempo no I Congresso Português de Dietética e Nutrição, que se realizou em Lisboa no auditório da EsTESL, e que mereceu bem o tempo investido. A organização está de parabéns pelos oradores que escolheu, que foram realmente muito bons!
Entretanto, fui também assistir a uma palestra sobre Nutrição Desportiva realizada na bela cidade da Marinha Grande J e que, apesar de ter sido baseada na apresentação de suplementos alimentares para desportistas, também teve os seus dados interessantes.
E como o Verão é a minha época de pôr as leituras em dia, quero apresentar-vos o livro escolhido para a época balnear que passou:
Este é um livro da autoria de Jose Enrique Campillo Álvarez, Catedrático de Fisiología na Faculdade de Medicina da Universidade da Extremadura (Espanha) e que explica de forma relativamente simples a forma como a população humana se alimentou ao longo dos tempos, que a fez chegar a esta epidemia de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares (a tão falada Síndrome Metabólica!). Consegue explicar de forma simples alguns factos tão interessantes como a fome ser um anticonceptivo muito eficaz ou a razão do stress conduzir a episódios de AVC, e outros...
Entretanto, e para fugir aos livros, é de realçar também o Programa de Distribuição Gratuita de Frutas e Legumes, que irá arrancar em Portugal ainda este mês.
Os alunos das escolas do 1º ciclo irão receber maçãs, pêras, clementinas, tangerinas, bananas, cenouras e tomates. Para além de materiais educativos, folhetos e a realização de visitas a quintas, mercados e centrais horto-frutícolas.
É desta que as crianças vão começar a pôr em prática o 5 a Day... J
Nutrição em Português
Internacional