Que trabalhar por turnos não faz bem à saúde já todos sabemos. Agora, um grupo de investigadores vem alertar para o risco de aumento da obesidade e diabetes em profissionais que trabalham em turnos distintos. Sobretudo porque estas rotinas estão, normalmente, associadas, a uma alimentação pobre.
“Baseando-nos em estudos anteriores sobre o trabalho de enfermeiras norte-americanas, observamos como há uma associação entre os turnos de trabalho e o risco de sofrer destas doenças, devido sobretudo ao facto de a maioria das pessoas seguir padrões alimentares muito pobres. Não têm tempo de preparar ou encontrar nada melhor para comer. Acreditamos que isto afecta não apenas as enfermeiras, mas também o resto dos profissionais com horários variados”, dizem os autores do estudo publicado no PLoS Medicine.
De acordo com o jornal espanhol El Mundo, calcula-se que entre 15 e 20 por cento da população activa europeia e norte-americana trabalhe sem horário fixo. “É um estudo muito interessante porque é a primeira vez que se associam ambos os conceitos. Mas também é muito lógico. Uma pessoa que passa semanas a trabalhar de noite e se deita às duas da manhã, comendo algo antes de se deitar, tem muito mais probabilidade de comer a chamada fast-food”, explica um especialista ouvido pelo jornal espanhol.
“O mesmo se passa com o resto dos horários e, sobretudo, quando uma pessoa está sujeita a mudanças de horário frequentes e rápidas”, acrescentou.
Fonte:www.tvi24.iol.pt
A qualidade emocional da relação entre uma mãe e o seu filho pode afetar o desenvolvimento da obesidade da criança durante a adolescência, dá conta um estudo que irá ser publicado em janeiro na revista científica “Pediatrics”.
Para o estudo, os investigadores Ohio State University, nos EUA, analisaram os dados de 977 indivíduos que tinham participado no Study of Early Child Care and Youth Development , um projeto da Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development. A amostra incluía várias famílias, de nove estados dos EUA, que tinham tido filhos nascidos em 1991.
Os investigadores analisaram detalhadamente as caraterísticas da relação entre as mães e os seus filhos em três momentos distintos: quando as crianças tinham 15, 24 e 36 meses. Um dos parâmetros analisados foi a sensibilidade materna, a qual se refere à capacidade da mãe em reconhecer o estado emocional dos seus filhos, respondendo com conforto, consistência e carinho. Por outro lado, os investigadores também observaram a segurança emocional da criança para com as suas mães. Com base nestes dois parâmetros os investigadores, liderados por Sarah Anderson, desenvolveram uma escala para avaliação da qualidade do relacionamento materno-infantil.
Quando as crianças atingiram os 15 anos de idade foi calculado o seu índice de massa corporal, o qual foi convertido em percentis de acordo com a idade e sexo da criança.
O estudo revelou que quanto mais baixa era a qualidade da relação, a qual teve em conta a segurança emocional da criança e a sensibilidade da mãe, maior era o risco da criança ficar obesa aos 15 anos. Os investigadores verificaram que, entre as crianças que tinham uma relação emocional de baixa qualidade com as suas mães, mais de um quarto ficaram obesos na adolescência, em comparação com 13% dos adolescentes que tiveram uma melhor relação.
Este estudo sugere que as áreas do cérebro que controlam as emoções e as respostas ao stress, bem como o equilíbrio do apetite e de energia, podem trabalhar em conjunto para influenciar a probabilidade de uma criança ficar obesa.
Os investigadores sugerem que esta associação, entre as experiências vividas em criança e a obesidade na adolescência, pode ter origem no cérebro. O sistema límbico do cérebro controla a resposta ao stress, bem como o ciclo de sono /vigília, a fome e a sede, e uma variedade de processo metabólicos, principalmente através da regulação de hormonas.
Em vez de culpar os pais pela obesidade infantil, os investigadores revelam que estas descobertas sugerem que a prevenção da obesidade infantil deve ter em conta estratégias para melhorar o vínculo mãe-filho e não se concentrar exclusivamente na alimentação e exercício.
Fonte: www.alert.pt
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